Sala de Detenção

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Thanks Panda

Audrey havia escutado sobre o Francis estar na detenção, logo ela quis o ajudar afinal ambos são da mesma casa e amigos precisavam se ajudar até mesmo nessas circunstâncias. Ao chegar lá, Audrey falou de modo engraçado e bem feliz:

—Pelo jeito vamos ter um trabalhão, mas vamos conseguir resolver essa situação.

Com o tempo Audrey observava a determinação e a maneira como Francis era engraçado até nas situações mais improváveis e então naquele instante ela comentou com suavidade:

—Eu espero que venham outras festas, afinal nossa casa não pode perder mais pontos e precisa de foco para o torneio tribruxo.

Em seguida ela ficou sem ideia no que falar e sentiu suas bochechas ficarem em um rubor e ela não sabia o que fazer.

A companhia de Audrey fazia o coração de Francis se acelerar, com aquele ele só conseguia sorrir completamente sem graça com a situação em que eles estavam. A limpeza daquela sala se tornava cada segundo mais difícil conforme mo moreno percorria a sala com os panos .

Sorrindo para Audrey com um olhar amigável, Francis pegou um pano e começou a limpar os restos da festa na sala de detenção — Com certeza, Audrey. Vamos deixar tudo em ordem por aqui. E sobre as festas... Se depender de alguns alunos, pode ter certeza que perderemos, não so nós  mas todas as casas. Olha como deixaram isso daqui — Francis olhou para Audrey, percebendo um leve rubor em suas bochechas.

Ele decidiu mudar o foco da conversa para tirar o constrangimento.— Sabe, estou feliz que esteja aqui me ajudando. Às vezes, essas detenções não são tão ruins quando se tem uma companhia agradável. E olha só, você é agradável o suficiente para tornar isso tudo mais suportável.Francis esboçou um sorriso gentil enquanto continuava a arrumar a sala.

——

Audrey sentiu o coração bater mais forte ao ouvir as palavras de Francis. Ela não sabia se ele estava apenas sendo gentil ou se havia algo mais por trás daquele sorriso. Ela tentou disfarçar o nervosismo e continuou a limpar a sala com ele.

—Obrigada, Francis. Você também é uma ótima companhia. Eu gosto de conversar com você, sabe? Você é diferente dos outros alunos. Você é mais... interessante...

Audrey disse, olhando nos olhos dele. Ela percebeu que ele se aproximou um pouco mais dela, diminuindo a distância entre eles. A Targaryen sentiu um arrepio na espinha e se perguntou se ele iria beijá-la. Ela queria que ele beijasse. Ela queria beijá-lo.

Mas antes que eles pudessem fazer qualquer movimento, a porta fez um estrondo e eles não ouviram quem era, pois estavam distraídos em meio aos seus pensamentos e na situação que estava prestes a acontecer.

Francis sentiu o coração acelerar quando Audrey olhou nos seus olhos e expressou aquelas palavras sinceras. Ele se aproximou mais, quase podendo sentir a pulsação dela, e um arrepio percorreu sua espinha quando percebeu a proximidade entre eles. O mundo ao redor parecia desvanecer enquanto ele se perdia naquele momento intenso com Audrey. Por um instante, ele esqueceu tudo ao redor. O som repentino da porta passou despercebido para ambos, imersos em suas emoções e na tensão palpável que os envolvia. O desejo de se aproximar mais, de selar aquele momento com um beijo, era quase tangível.

No entanto, antes que pudessem se deixar levar por esse impulso, Francis recuperou um pouco de clareza. Ele se forçou a resistir à tentação, consciente das consequências que poderiam vir depois. Com um toque gentil, ele segurou a mão de Audrey e olhou nos olhos dela. — Vamos sair daqui — ele disse suavemente, seu tom transmitindo uma mistura de desejo e contenção. — Antes que façamos algo do qual possamos nos arrepender.  —  Com um gesto tranquilo, ele guiou Audrey para longe da sala, consciente de que, embora aquele momento pudesse parecer perfeito, eles precisavam de espaço para pensar e agir com clareza sobre o que sentiam um pelo outro.

OFF COM AUDREY

——

Scorpius e Helena seguiram Gemma com relutância, sabendo que estavam em apuros. Scorpius estava furioso por ter sido pego em flagrante, mas ainda mais por ter que dividir a detenção com a chata da Helena Kane Roux, a Grifinória que ele odiava. Ele não suportava a sua arrogância, a sua presunção e a sua mania de se meter em tudo. Ele achava que ela era uma encrenqueira que só sabia causar problemas e provocar os outros.

Helena, por sua vez, também não estava nada contente por ter que passar a detenção com Scorpius, o garoto que ela considerava um idiota, um covarde e um traidor. Ela não gostava da sua personalidade, da sua lealdade e da sua atitude. Ela achava que ele era um bajulador que só sabia puxar o saco dos professores e dos colegas.

Os dois se lançavam olhares de desprezo e de raiva, enquanto caminhavam pelos corredores da escola. Eles não trocaram uma palavra sequer, mas se comunicavam através de resmungos e de bufadas. Eles sabiam que teriam que aguentar um ao outro por um bom tempo, e isso os deixava ainda mais irritados.

Quando chegaram à sala da diretora, Gemma bateu na porta e anunciou a sua presença. Ela entrou na sala, seguida por Scorpius e Helena, que se encolheram ao ver o olhar severo do diretor. Ela estava sentada atrás de sua mesa, rodeado de livros e de papéis. Ela franziu a testa ao ver os dois alunos cobertos de tinta e em péssimo estado.

— O que significa isso? — perguntou a diretora, com uma voz grave e autoritária. — O que vocês dois fizeram?

Gemma explicou o que tinha acontecido, relatando a briga entre Scorpius e Helena e a bagunça que eles tinham feito. Ela disse que tinha agido como monitora da Corvinal e que tinha trazido os dois para a detenção. Ela esperava que a diretora tomasse as medidas necessárias para punir os infratores.

A diretora ouviu atentamente o relato de Gemma, e depois se dirigiu a Scorpius e Helena com um olhar de desaprovação. Ele disse que estava decepcionado com o comportamento deles, que era incompatível com os valores da escola. Ele disse que eles tinham desrespeitado as regras, os colegas e os professores. Ele disse que eles tinham que aprender a se comportar de forma civilizada e respeitosa.

Ela então anunciou a sua decisão: Eles teriam que passar a detenção juntos, limpando a sala de artes que eles tinham sujado. Eles teriam que usar luvas e esponjas mágicas para remover toda a tinta das paredes, do chão e dos móveis. Eles teriam que fazer isso sem usar magia, para que sentissem o peso de suas ações. Eles teriam que fazer isso até que a sala ficasse impecável, sem nenhum vestígio de sujeira.

Scorpius e Helena ficaram horrorizados com a sentença. Eles sabiam que aquilo seria um trabalho árduo e demorado, que exigiria muito esforço e paciência. Eles sabiam que aquilo seria um tormento, especialmente por terem que fazer isso na companhia um do outro. Eles tentaram protestar, mas a diretora não quis ouvir. Ela disse que eles tinham que aceitar as consequências de seus atos, e que não havia nenhuma chance de escapar da detenção.

Ela então dispensou Gemma, agradecendo a sua colaboração e elogiando a sua responsabilidade. Ele disse que ela era um exemplo de monitora, e que merecia o seu reconhecimento. Ela disse que ela podia voltar para a sua sala, enquanto ele levava Scorpius e Helena para a sala de artes.

Gemma saiu da sala, aliviada por ter se livrado daquela situação. Ela sentia pena de Scorpius e Helena, mas também achava que eles tinham recebido o que mereciam. Ela esperava que eles aprendessem a lição, e que não se envolvessem em mais confusões.

A diretora se levantou da sua cadeira, e ordenou que Scorpius e Helena o seguissem. Ele pegou as luvas e as esponjas mágicas que estavam em uma prateleira, e as entregou aos dois alunos. Ele disse que eles teriam que usar aqueles utensílios para limpar a sala de artes, e que não poderiam usar as suas varinhas. Ela disse que ela iria verificar o trabalho deles, e que só os liberaria quando a sala estivesse perfeita.

Scorpius e Helena pegaram as luvas e as esponjas com relutância, sabendo que não tinham escolha. Eles seguiram a diretora pelos corredores da escola, com uma expressão de desânimo e de revolta. Eles se prepararam para enfrentar a detenção mais longa e mais chata de suas vidas. Eles se prepararam para suportar a presença insuportável um do outro. Eles se prepararam para o pior.

Enquanto seguia a diretora em direção à sala de artes, Helena se sentia indignada com a situação. Ao lado de Scorpius, aquele garoto que ela tanto desprezava, ela se via em um dilema incômodo. Suas mãos seguravam as luvas e as esponjas mágicas, mas seu coração se mantinha endurecido pela raiva que nutria por Scorpius Malfoy.

Ela relembrava cada incidente em que ele, aos olhos dela, havia se mostrado um bajulador sem escrúpulos, sempre tentando ganhar vantagem com os professores e seus colegas de casa. Ele representava tudo o que ela detestava, e a ideia de passar horas a fio ao lado dele, em um trabalho forçado, era absolutamente revoltante.

Porém, enquanto caminhavam pelo corredor, uma pequena voz em sua mente murmurava sobre a possibilidade de que, talvez, esse castigo imposto pela diretora pudesse ser uma oportunidade para entender melhor Scorpius, ou até mesmo encontrar algum terreno comum. Contudo, sua teimosia inicialmente bloqueava qualquer tentativa de ceder a essa ideia.

Ela sentiu o peso das esponjas e das luvas em suas mãos, representando não só a tarefa iminente, mas também o peso do desconforto e da irritação que teriam que enfrentar juntos.

Ao chegarem à sala de artes, a diretora os instruiu sobre o que precisavam fazer e as expectativas quanto à limpeza. Helena lançou um olhar rápido para Scorpius, trocando um breve instante de olhares carregados de desdém. Ela sabia que seria difícil, pois cada movimento de Scorpius parecia um convite para provocá-la.

Entretanto, conforme começaram a trabalhar, um silêncio pesado dominou o ambiente. A tarefa exigia concentração e esforço físico, o que, de certa forma, mantinha os dois ocupados. As esponjas mágicas começaram a revelar o estrago que a tinta havia causado na sala, e Helena se viu imersa em um trabalho minucioso para restaurar o local à sua antiga condição.

Durante os primeiros minutos, ela permaneceu em silêncio, evitando olhar diretamente para Scorpius. Mas, aos poucos, à medida que se empenhavam na limpeza, ela notou um esforço semelhante vindo dele. Scorpius não demonstrava o habitual comportamento de bajulação ou arrogância. Ao contrário, ele parecia focado na tarefa, tão determinado quanto ela em fazer aquele espaço voltar ao normal.

Um pequeno gesto de cooperação surgiu quando, sem palavras, dividiram as tarefas para cobrir uma área maior e terminar mais rápido. Ao se darem conta de que estavam fazendo progresso, o ambiente tenso aos poucos foi cedendo espaço para uma trégua silenciosa entre os dois.

Enquanto as horas passavam e a sala de artes recuperava sua aparência original, Helena notou algo diferente. Não que ela fosse admitir tão cedo, mas Scorpius não parecia ser a pessoa que ela tanto descrevera em sua mente. Ele demonstrava uma determinação que ela não esperava, e isso a fez questionar se suas primeiras impressões estavam erradas.

A medida que a limpeza se aproximava do fim, uma atmosfera menos hostil começou a surgir entre eles. Os olhares de desprezo e as bufadas deram lugar a uma comunicação silenciosa, quase colaborativa. No fim da detenção, a sala brilhava novamente, sem nenhum vestígio da confusão anterior.

Quando a diretora voltou para inspecionar o trabalho, encontrou uma sala impecável e dois alunos exaustos, mas notavelmente diferentes em suas expressões. Ao liberá-los, Helena não conseguiu evitar um olhar de surpresa para Scorpius. Talvez, contra todas as suas expectativas, aquele tempo juntos poderia ter semeado as sementes de uma compreensão mútua, ou quem sabe, de uma inesperada amizade.

——

Ao saírem da sala de artes, Helena e Scorpius se sentiam aliviados por terem terminado a detenção. Eles caminhavam pelo corredor em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos. Helena ainda estava confusa sobre o que havia acontecido entre eles, e se perguntava se aquela trégua seria temporária ou permanente. Scorpius, por sua vez, estava curioso sobre a garota que ele sempre considerou uma rival, e se havia algo mais por trás daquela fachada de orgulho e raiva.

Quando chegaram ao saguão principal, eles se viram diante de uma bifurcação. Helena teria que seguir para a esquerda, em direção à sua casa, enquanto Scorpius teria que ir para a direita, para a dele. Eles se encararam por um momento, sem saber o que dizer ou fazer. Helena sentiu uma pontada de constrangimento, e desviou o olhar. Scorpius percebeu a hesitação dela, e decidiu quebrar o gelo.

- Ei, Helena - ele chamou, com um sorriso travesso no rosto.

- O que foi? - ela respondeu, sem esconder a irritação.

- Sabe, eu estava pensando... - ele continuou, se aproximando dela.

- Pensando o quê? - ela perguntou, recuando um passo.

- Que talvez você não seja tão ruim assim - ele disse, com um tom de brincadeira.

- Ah, é? E você acha que eu vou acreditar nisso? - ela retrucou, cruzando os braços.

- Claro que sim. Afinal, você me ajudou a limpar aquela bagunça toda, não é? - ele argumentou, piscando para ela.

- Eu não te ajudei. Eu fiz a minha parte. E você também devia ter feito a sua, já que foi você quem causou tudo aquilo - ela acusou, apontando para ele.

- Eu? Eu não fiz nada. Foi você quem começou a jogar tinta em mim - ele se defendeu, fingindo inocência.

- Eu? Você que me provocou primeiro - ela insistiu, levantando a voz.

- Eu? Você que me desafiou - ele rebateu, aumentando o tom.

- Eu? Você que...

Eles continuaram a discutir, cada um tentando jogar a culpa no outro. Porém, por mais que tentassem parecer sérios, eles não conseguiam esconder o brilho nos olhos e o sorriso nos lábios. Eles sabiam que estavam apenas zoando um com o outro, e que aquela era uma forma de se conhecerem melhor. Eles sentiam uma estranha conexão, uma faísca que os atraía e os divertia.

Enquanto eles trocavam farpas, eles não perceberam que alguns alunos passavam por eles, observando-os com curiosidade e surpresa. Eles não entendiam como aqueles dois, que sempre se odiaram, agora pareciam se divertir juntos. Eles se perguntavam se aquilo era uma briga ou uma paquera, e se havia algo mais acontecendo entre eles.

Helena e Scorpius, porém, não se importavam com os olhares alheios. Eles estavam envolvidos em seu próprio mundo, um mundo onde eles podiam se expressar livremente, sem medo ou julgamento. Eles estavam descobrindo um novo lado um do outro, um lado que eles nunca imaginaram que existisse. Eles estavam, sem saber, dando os primeiros passos para uma nova relação, uma relação que poderia mudar suas vidas para sempre.

(OFF com Helena Kane Roux)